Nosso Bem e Mal
A cultura Ocidental costuma ver o mundo de forma simplista,
separando tudo entre bom ou ruim, bem e mal, acreditando piamente nessa
dualidade imaginária.
O problema é que normalmente julgamos como mau o que vai
contra nossos interesses. Temos conceitos (e pré-conceitos), valores adquiridos
(pela famÃlia e/ou sociedade) e julgamos tudo a partir desta ótica, sendo
rarÃssimas as vezes que consideramos a possibilidade de estarmos errados.
Mas em que momentos paramos para analisar a situação sob a
ótica do outro? Poucos se dão esse trabalho, é muito mais fácil rotular,
classificar, sempre nos protegendo sob o tÃtulo de mocinhos, imaginando sempre
estarmos do lado do bem, da verdade, da justiça.
Realmente há situações/atitudes que auxiliam a evolução
enquanto outras que a atrasam. Mas julgar tudo e a todos sob os nossos
conceitos, acreditando que estamos sempre corretos, é uma hipocrisia e uma
ignorância.
Não conheço nenhum homem que se veja/considere como o vilão
da história, o malvado, contra os "mocinhos". Mesmo o louco, tem
argumentos (mesmo que incoerente e só fazendo sentido para ele), motivos para
suas atitudes.
Comumente o criminoso se vê como um injustiçado, reagindo a
uma situação desigual imposta pelos "inimigos" (sociedade em geral).
No dia em que vivermos em uma sociedade realmente justa,
talvez seja possÃvel a classificação de certo e errado. Porém enquanto as leis
forem injustas, talvez o crime quase se justifique, pois quem nos dá o direito
de dizer o que os outros podem ou não podem fazer?
Se criamos leis onde muitos são prejudicados em favor de
manter a zona de conforto de outros, não podemos reclamar quando há uma reação
violenta a esta situação. Muitos não só são injustos como ainda exigem/esperam
resignação pacÃfica por parte de todos.
Há muita hipocrisia, muito jogo de interesses, mesmo entre a
população. O que vai de acordo com meus interesses é bom, o resto é mal, do
diabo, do crime, da mentira, algo do tipo.
A situação mais sábia em todas as situações, seria nos
isentarmos do julgamento (para quem é cristão, é a postura indicada pelas suas
próprias literaturas) e analisarmos cada caso de forma individual, procurando
nos colocarmos no lugar do outro e tentarmos entender (quando possÃvel) seu
ponto de vista.


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