Meio Ambiente
Confira
calendário com as datas comemorativas do Meio Ambiente
Janeiro
11
– Dia do Combate da Poluição por Agrotóxicos
Fevereiro
02
– Dia Mundial das Zonas úmidas
06
– Dia do Agente de Defesa Ambiental
22
– Aniversário do IBAMA
Março
01
– Dia do Turismo Ecológico
02
– Aniversário do serviço Florestal Brasileiro – SFB
16
– Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas
21
– Dia Mundial Florestal
22
– Dia Mundial da Água
Abril
17
– Dia Nacional de Botânica
19
– Dia do Índio
21
– Dia da Conservação do Solo
22
– Dia da Terra
28
– Dia da Caatinga
Maio
03
– Dia do Solo e do Pau-Brasil
05
– Dia do Campo
22
– Dia Internacional da Biodiversidade
27
– Dia da Mata Atlântica
Junho
05
– Dia Mundial do Meio Ambiente
08
– Dia Mundial dos Oceanos
13
– Aniversário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
17
– Dia Mundial de Combate à Desertificação
Julho
10
– Aniversário de criação do Fundo Nacional do Meio Ambiente
12
– Dia do Engenheiro Florestal
17
– Dia da Proteção das Florestas
Agosto
14
– Dia do Controle da Poluição Industrial
28
– Aniversário do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade –
ICMBio
Setembro
03
– Dia Nacional do Biólogo
05
– Dia da Amazônia
11
– Dia Nacional do Cerrado
16
– Dia Internacional de Preservação da Camada de Ozônio
20
– Dia Internacional da Limpeza de Praia
21
– Dia da Árvore
22
– Dia da Defesa da Fauna
Outubro
03
– Dia Nacional das Abelhas
05
– Dia das Aves
12
– Dia Mundial para a Prevenção de Desastres Naturais e Dia do Mar
15
– Dia do Consumo Consciente
16
– Dia Mundial da Alimentação
Novembro
19
- Aniversário do Ministério do Meio Ambiente
Dezembro
10
– Dia Internacional dos Povos Indígenas
19
– Aniversário da Agência Nacional de Águas - ANA
Como
mudar hábitos de consumo para produzir menos lixo
O ritmo alucinado das
grandes cidades está fazendo mal ao nosso planeta. Nossos hábitos cotidianos,
como a produção crescente de equipamentos tecnológicos e o acúmulo de resíduos,
estão exigindo da Terra mais do que ela pode suportar. A saída é uma só:
conscientização.
O consumo está ligado ao
mundo em que vivemos, em maior ou menor grau em diferentes países. Apesar de
serem unânimes em afirmar que o hábito é responsável pelo esgotamento do
planeta, os especialistas admitem que não é possível acabar com ele. A saída é
comprar com critério e moderação. Quando se fala em consumo exagerado, no
entanto, os Estados Unidos são o país que primeiro vem à nossa mente. Para a
maior parte 310 milhões de norte-americanos, o consumo é a ferramenta ideal
para atingir o ideal de vida confortável. Graças a incentivos públicos, a
partir de 1945, milhões de habitantes do país deixaram o agito das grandes
cidades e migraram para casas maiores nos tranquilos subúrbios. Não que as
famílias hoje sejam maiores. Dados de 2009 do US Census Bureau, responsável
pelo censo norte-americano, indica que cada lar é ocupado por, em média, 2,57
pessoas. Em 1950, eram 3,37.
As pessoas fogem do
estresse, mas seus empregos estão nas metrópoles. E o carro é indispensável. As
vendas de veículos caíram de 2001 para cá, mas a frota dos EUA continua sendo
maior que o número de motoristas habilitados. Gastar tempo na cozinha é
inimaginável diante da praticidade do fast-food e dos alimentos congelados. Na
virada do século, os norte-americanos gastaram 110 bilhões de dólares em
restaurantes de refeições rápidas - ou 390 dólares por pessoa. E o conforto
também está nas facilidades tecnológicas. Pesquisa da Pew Research Center de
2006 mostra que 71% da população acredita que ter um aparelho de
ar-condicionado em casa é fundamental.
Qual é o custo desse
estilo de vida para o nosso planeta? Embora sejam 5% da população mundial, os
norte-americanos são responsáveis por 32% do consumo. Em média, cada cidadão
dos EUA produz 760 quilos de lixo por ano - quase o dobro que um do Japão. O
relatório State of the World 2010, da Worldwatch Foundation, calculou quantas
pessoas o mundo conseguiria manter de forma adequada se elas tivessem os
hábitos dos norte-americanos. Resultado: 1,4 bilhão. Porém já somos 6,6
bilhões.
O dado mais alarmante é a
pegada ecológica, conceito criado em 1992 por dois pesquisadores: o canadense
William Rees e o suíço Mathis Wackernagel. O cálculo da pegada considera
quantos hectares produtivos seriam necessários para recompor os recursos gastos
pelo homem. O índice ideal, de acordo com eles, é 1,8 hectare, mas o mundo já
consome 2,2. Os norte-americanos precisariam de 9,4 hectares para manter seu
ritmo: mais de cinco planetas.
"O consumo é um
sintoma de um modo de vida, assim como a deterioração ambiental", diz Eda
Terezinha Tassara, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São
Paulo (leia o artigo na última página). Para ela, a publicidade usa imagens e
valores para alimentar a vontade de consumir, pois cria novas necessidades e
reinventa os objetos de desejo. E a máquina é poderosa: levantamento da agência
McCann-Erickson estima que, em 2006, foram gastos 630 bilhões de dólares em
publicidade no mundo. Esse valor representa mais da metade do PIB brasileiro no
mesmo ano.
É claro que nem todos os
norte-americanos vivem assim. Um exemplo no outro extremo são as pequenas
comunidades conservadoras da igreja cristã Amish. Isoladas em áreas rurais,
elas rejeitam o contato com o exterior a ponto de deixar de usar a energia
elétrica. Os trajes, os equipamentos agrícolas e muitos hábitos do grupo pouco
se alteraram do século 18 para cá. Em algumas aldeias, há geradores a querosene
e ônibus que levam os amish às cidades próximas em caso de emergência. Mas o
uso de combustíveis poluentes é mínimo se comparado ao do restante do país.
Antes
de reciclar, é preciso repensar o que e como consumir.
Um relatório do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) deu o alerta: o mundo gerou 40
milhões de toneladas de resíduos desse tipo em 2009. Estima-se que em 2005 o
Brasil tenha descartado 368 mil toneladas de lixo eletrônico, contando apenas
computadores, impressoras, telefones celulares, TVs e geladeiras. A maior parte
desses itens foi parar em lixões comuns. Com isso, é alto o risco de
contaminação do solo e dos lençóis freáticos por metais pesados, como o chumbo.
O primeiro passo para o
Brasil lidar melhor com esse tipo de resíduo está por ser dado. Um projeto de
Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovado na Câmara em março e aguarda
uma avaliação do Senado. A nova lei prevê a responsabilidade compartilhada
sobre o lixo eletrônico e outros resíduos perigosos, como lâmpadas e pneus.
Isto é, o consumidor leva produtos descartados a um local adequado. A partir
daí, o fabricante ou o importador são responsáveis pela coleta e pelo
tratamento do material.
O valor de mudar hábitos
Exemplos do cotidiano não
faltam para abordar em sala de aula o impacto do consumo no planeta. Estimular
o uso racional de recursos é mais útil que promover campanhas de reciclagem.
Veja abaixo os principais erros no ensino do conteúdo e como evitá-los.
Errado: Demonizar o
consumo de qualquer natureza.
Certo: Incentive a reflexão sobre os exageros no
consumo, mas mostre que é praticamente impossível deixar de comprar.
Errado: Abordar apenas
questões próximas da realidade do aluno.
Certo: Mostre as relações entre fatos do dia a dia e
aspectos macro do meio ambiente. Assim, os alunos vão perceber que o
desmatamento na Amazônia tem a ver também com quem mora no sul do país.
Errado: Tratar a coleta de
recicláveis como uma solução definitiva.
Certo: Ela é benéfica, mas não a melhor saída.
Estimule as discussões sobre o consumo para que haja efeito a longo prazo.
Errado: Defender a
transformação de itens descartados em novos.
Certo: Explique à turma que esse processo muitas
vezes consome eletricidade, água e outros recursos. Por isso, deve-se enfatizar
a redução do consumo e a reutilização de produtos.
Errado: Restringir o
trabalho somente a atividades de sala de aula.
Certo: Estudos do meio num aterro podem ser úteis
para dar aos estudantes a dimensão do impacto do nosso consumo no solo.
Consultoria Gilberto Pamplona, professor de
Geografia do Colégio Santa Cruz, em São Paulo, e Ademir Romeiro Ribeiro,
docente do Instituto de Economia da Universidade de São Paulo (USP).
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